A gestão de frotas envolve variáveis complexas, onde a eficiência operacional e a segurança devem sempre andar lado a lado. Nesse cenário, o veículo é a ferramenta, mas o motorista é o ativo mais estratégico.
Afinal de contas, é ele quem transforma a logística em resultado, garantindo que a mercadoria chegue ao destino com pontualidade e segurança.
No entanto, encontrar e reter esse profissional de alto desempenho é um dos maiores desafios do setor. Em um mercado onde a margem de erro é mínima, a contratação de um motorista sem qualificação pode ser o ponto de ruptura entre a saúde financeira e o prejuízo inesperado.
Sendo assim, o que o gestor de frotas pode fazer para garantir que seu processo seletivo atraia os melhores talentos e minimize os riscos operacionais? A resposta está em transformar a contratação em uma metodologia estratégica.
Quer saber como contratar motoristas da melhor maneira possível? Continue lendo!
Quais são os principais desafios na contratação de motoristas?
O transporte rodoviário de cargas no Brasil é a espinha dorsal da economia, mas enfrenta uma crise silenciosa de mão de obra. A dificuldade em encontrar profissionais qualificados é um consenso entre os gestores de empresas dos mais variados segmentos.
Uma pesquisa realizada pelo Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas de São Paulo e Região (Setcesp) e o Instituto Paulista do Transporte de Cargas (IPTC), por exemplo, revelou que, em 2023, 70% das vagas para motoristas foram preenchidas por profissionais agregados ou autônomos.
O dado reflete uma tendência crescente de flexibilização no trabalho, mas ao mesmo tempo, demonstra a dificuldade real das empresas em encontrar motoristas alinhados com suas políticas internas.
Além disso, um estudo do setor aponta que 77% das companhias encontram dificuldades em encontrar motoristas experientes, com treinamento e capacitação adequada para o segmento.
O perigo de contratar motoristas sem qualificação
A contratação inadequada de motoristas pode se tornar um grande problema de produtividade para as empresas. Com o tempo, um motorista sem qualificação acaba se transformando em um custo oculto que corrói a margem de lucro de qualquer negócio.
Em termos mais práticos, um motorista com hábitos ruins de direção ou falta de treinamento pode gerar despesas que superam (e muito!) o seu salário.
Os acidentes rodoviários no Brasil, por exemplo, representam um custo econômico devastador, estimado em aproximadamente R$ 16 bilhões por ano, de acordo com um estudo da Confederação Nacional de Transportes (CNT).
E em muitos casos, a qualificação dos condutores profissionais está diretamente ligada a essa estatística:
- Direção agressiva: Aceleração e frenagem bruscas, excesso de velocidade, resultam em aumento do consumo de combustível (até 30%) e desgaste prematuro de pneus e freios.
- Falta de treinamento: Desconhecimento de rotas, falhas no preenchimento de documentos e erros de manobra levam a atrasos na entrega, multas por infrações e retrabalho logístico.
- Comportamento de risco: Desrespeito às leis de trânsito, fadiga e negligência na inspeção veicular causam acidentes (custos de reparo, seguro, indenizações), inatividade do veículo (downtime) e perda de carga.
Um motorista qualificado, por outro lado, atua diretamente para a redução de custos e de riscos nas empresas. Ele pratica a direção econômica, preserva o ativo do negócio e, o mais importante, garante a segurança dele próprio e dos outros condutores.
Como contratar motoristas? Dicas práticas
Agora que você já sabe porque a contratação de condutores competentes é um processo complexo e muitas vezes demorado, é hora de conferir como contratar motoristas na prática.
Para superar o desafio da escassez de talentos e garantir que apenas os melhores profissionais assumam o volante, o gestor deve focar em um processo seletivo rigoroso e multifacetado.
Perfil comportamental e histórico
A CNH de categoria correspondente às especificações do trabalho é o requisito básico para qualquer motorista, mas o perfil comportamental é o diferencial.

Por isso, a empresa deve avaliar a postura do candidato, seu histórico de multas e acidentes, e sua estabilidade em empregos anteriores.
Para avaliar o perfil do motorista na prática, o responsável pela contratação pode adotar as dicas abaixo:
- Consulta de histórico: Utilize sistemas de consulta de CNH e prontuários para verificar o histórico de infrações e pontuação.
- Referências: Entre em contato com empregadores anteriores para entender a conduta do motorista em situações de pressão e sua relação com a gestão.
- Exames: A realização de exames toxicológicos e avaliações psicológicas específicas para o ambiente de trânsito é extremamente importante para diminuir riscos – vamos falar mais sobre isso à frente.
Avaliação técnica e prática dos motoristas
A entrevista teórica deve ser complementada por uma avaliação prática e técnica aprofundada:
- Conhecimento de legislação: Avalie o domínio das leis de trânsito, especialmente a Lei do Motorista (Lei nº 13.103/2015), que rege o tempo de direção e descanso.
- Mecânica básica: O motorista deve ser capaz de realizar inspeções pré-viagem (checklists) e identificar problemas básicos que possam comprometer a segurança ou a viagem.
- Teste de direção: Finalmente, é hora de fazer um teste prático nas condições reais de operação, avaliando a habilidade de manobra, o uso correto do câmbio e a prática de direção defensiva e econômica.
Alinhamento com a cultura de segurança
O motorista deve ser um parceiro na cultura de segurança da empresa. Ele precisa entender que a política de tolerância zero a acidentes e infrações é inegociável.
Desse modo, a empresa pode investir nas seguintes estratégias:
- Treinamento contínuo: O processo de contratação deve incluir um plano de integração e treinamento que reforce as políticas internas de segurança, uso de tecnologia (telemetria, rastreadores) e procedimentos de emergência.
- Uso de tecnologia: O profissional deve demonstrar familiaridade e aceitação com o uso de ferramentas de monitoramento que avaliam seu desempenho ao volante (aceleração, frenagem, excesso de rotação).
Condições de trabalho do motorista e retenção
A alta rotatividade de motoristas é um problema crônico no Brasil. Para reter talentos, a empresa precisa oferecer mais do que um salário competitivo:
- Jornada e descanso: Garanta o cumprimento rigoroso da legislação de jornada, respeitando os períodos de descanso e evitando a fadiga, que é um dos principais fatores de risco.
- Frota de qualidade: Motoristas valorizam trabalhar com veículos novos, bem mantidos e equipados com tecnologia de segurança.
Terceirização da frota auxilia na contratação de motoristas profissionais
Como você já deve ter percebido, a busca pelo motorista ideal exige tempo, dedicação e recursos que, muitas vezes, o gestor de frotas simplesmente não tem – particularmente quando a empresa trabalha com veículos próprios.
- É aqui que a terceirização de frotas se estabelece como uma solução estratégica.
Ao optar pela terceirização, a empresa transfere a complexa gestão dos ativos (compra, manutenções, proteção, documentação e depreciação) para um parceiro especializado.
O resultado é imediato: o capital e o tempo que seriam investidos na gestão veicular são liberados para o que realmente importa: o foco total na contratação, treinamento e retenção dos motoristas mais competentes.
Com a Lokamig, locadora referência na terceirização de frotas em Minas Gerais, sua empresa garante uma frota nova, revisada e com manutenção rigorosa embarcada, eliminando os custos ocultos de veículos parados e despesas inesperadas.
A partir daí, com uma operação mais tranquila, o gestor pode concentrar sua energia em construir a equipe de motoristas que será o verdadeiro diferencial competitivo da sua logística.
Afinal, a frota pode ser terceirizada, mas a qualidade do seu capital humano é o que define o sucesso da sua operação.
